Docentes das estaduais da Bahia pedem negociação com o governador no Cortejo 2 de Julho

Professores (as) no Cortejo 2 de Julho. Foto: Ascom Fórum das ADs

Com faixas “Jerônimo, Bora Negociar?!” e “O serviço público baiano resiste”, professores (as) da Uneb, Uesb, Uefs e Uesc protestaram nesse Cortejo 2 de Julho junto com servidores (as) estaduais. As reivindicações fazem parte das demandas da “Frente Unificada 4% não dá”, que reúne diversas categorias do funcionalismo público que lutam contra desvalorização salarial dos (as) servidores (as) públicos (as) estaduais e pela abertura de negociação com o Governo do Estado. O bloco reuniu mais de 15 entidades que ocuparam as ruas da Lapinha ao Pelourinho, em Salvador, com faixas, pirulitos e panfletos para dialogar sobre a importância dos (as) servidores (as) públicos (as) para a sociedade civil e a democracia.
Pelas ruas de Salvador, milhares de pessoas desfilam numa das manifestações populares mais representativas da força e bravura, principalmente das populações negra e indígena, nas lutas pela independência. "Com tiranos não combinam brasileiros corações: Jerônimo, bora negociar?!” foi a principal bandeira da unidade entre o bloco. Uma das datas mais emblemáticas e tradicionais da história baiana, o 2 de Julho completou 200 anos neste domingo. O marco celebra a independência do Brasil na Bahia. O dia em que as batalhas iniciadas em fevereiro de 1822 chegaram ao fim e as tropas portuguesas foram expulsas do Estado, consolidando o fim do domínio de Portugal, em 1823.
“O bicentenário da independência do Brasil na Bahia é uma data para resgatar o espírito de resistência inspirador. E, por isso mesmo, consideramos esse um momento oportuno para colocarmos o nosso bloco na rua em defesa do serviço público baiano, que é um patrimônio do povo de estado. Existe uma insatisfação das diversas categorias de servidores (as) públicos sobre a precarização do funcionalismo público estadual tanto do ponto de vista de direitos quanto do ponto de vista de investimento. Mesmo com o reajuste salarial ocorrido no primeiro semestre, trabalhadores (as) do Estado acumulam uma desvalorização salarial que chega, em média, a 40% de perdas inflacionárias de acordo ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). E a queixa pelo tratamento unilateral sem mesa de negociação, nem mesmo a proposta de reajuste salarial apresentada em abril foi submetida à negociação. Não dá para continuar assim. É tempo de somar forças para a luta pela garantia direitos”, defende Elson Moura coordenador geral do Fórum das ADs e da ADUFS.

 
Entrevistas à imprensa. Foto: Ascom Fórum das ADs

Também fez parte da agenda de lutas do final de semana dos (as) docentes a reunião ampliada ocorrida neste sábado (1). Convocados (as) pelo Fórum das ADs, cerca de 60 docentes estiveram reunidos no Hotel Sol Victoria Marina, em Salvador, numa Reunião Ampliada para a construção de estratégias de luta do Movimento Docente. A reunião teve como tema Atualização do Plano de Lutas e contou com representantes das quatro Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Foram apresentadas atualizações sobre a situação orçamentária do Estado da Bahia e as perdas salariais.
Não é a primeira vez que a Reunião Ampliada acontece na véspera do Dia da Independência da Bahia, importante data para a manifestação política do Fórum durante o tradicional Cortejo 2 de Julho.

 
Docentes da reunião ampliada do dia 1º de julho. Foto: Ascom Fórum das ADs