Milhares marcha em Salvador na abertura do Fórum Social Mundial

Marcha abriu o Fórum Social Mundial

Os verdadeiros donos das terras respeitados e vindos à frente, com o canto, a força e a dança abrindo os caminhos da resistência, trazendo consigo milhares de pessoas de todo o mundo. Assim um grupo de índios Potiguara, do interior da Bahia, abriu a marcha que marcou o início do Fórum Social Mundial (FSM), na tarde desta terça-feira (13), em Salvador. Até o próximo sábado (17), unidos, em mais de 1300 atividades, representantes dos movimentos negro, feminista, LGBTs, sindicais, estudantis, partidos e outras organizações políticas, discutirão a criação e o fortalecimento mundial de alternativas sócio-políticas ao neoliberalismo. O ANDES-SN, a ADUNEB e o Fórum das ADs somam forças à organização e participam ativamente das atividades do FSM.

 

 
Marcha mostra respeito aos povos indígenas

Era aproximadamente 16h30 quando a marcha partiu do Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, na capital baiana. Entre as milhares de pessoas era possível identificar faixas de delegações do mundo inteiro, a exemplo de Marrocos, Itália, Venezuela, Coréia do Sul, Filipinas, Tunísia, Cuba, entre outras. Em clima descontraído, além das pautas mundiais coletivas, vários grupos traziam cartazes, camisas, bonecos e outros materiais que reivindicavam as pautas especificas das categorias ou movimentos.

 Representantes de Marrocos

Em Salvador há quatro dias, Mark Erkengrek, diretor de uma organização política de Zurique, Suiça, fez questão de integrar a marcha. Diante do difícil cenário político mundial, de ataques à democracia e aos direitos dos trabalhadores, a expectativa do suíço é que os movimentos sociais possam fortalecer a união dos grupos e, assim, “reencontrar as forças” para combater o avanço do conservadorismo. “O momento é de convergências dos movimentos sociais e outras forças políticas, para juntarmos energia e renovar a luta”, comentou Erkengrek.

De acordo com o secretário geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão, foi justamente a necessidade da unidade na luta que levou o Sindicato Nacional a somar forças na construção do FSM. Galvão explica que a participação no Fórum foi uma deliberação do 37º Congresso do ANDES-SN realizado este ano. “Nossa centralidade da luta, em 2018, é fazer a unidade com os setores combativos da sociedade para barrar as contrarreformas de Temer. Assim, o ANDES-SN vai cumprir um papel importante no Fórum, articulado com outros setores do funcionalismo público, na perspectiva de construirmos e fortalecermos a luta da classe trabalhadora e dos servidores públicos em geral”, afirmou.

 Defender a educação pública superior é defender um mundo melhor

Tenda da Unidade

Na atuação conjunta de várias entidades teve origem a Tenda da Unidade. A 2ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN, Lana Bleicher, explica que a tenda foi o resultado de um amplo processo de construção coletiva, iniciado logo após o Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro. Ainda segundo a professora, a Tenda da Unidade, além de fortalecer a ação unitária entre sindicatos e outras entidades, oferece atividades com informações relevantes ao público. Na programação (veja aqui) constam a exibição de filmes documentários e mesas redondas sobre temas que impactam o cenário político e social nacional, com prejuízos à classe trabalhadora. Também participam da tenda a CSP-Conlutas-BA, a Auditoria Cidadã da Dívida, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (Sindjufe-BA), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge-BA) e o Comitê para a abolição das dívidas ilegítimas (CADTM). A tenda está localizada no estacionamento da portaria 1, no Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia.

 ANDES-SN contra a criminalização dos docentes

Pauta local

Presente na marcha e nas atividades do FSM, as seções sindicais dos docentes das Universidades Estaduais Baianas, entre elas a ADUNEB, levaram à atividade faixas e panfletos que denunciaram o descaso do governo da Bahia com a educação pública superior. Um dos coordenadores do sindicato, Vamberto Ferreira, comentou sobre as reivindicações do Movimento Docente. “O FSM busca pensar a transformação a sociedade. Nós da ADUNEB participamos desse espaço e defendemos a universidade pública e gratuita, além do respeito aos direitos trabalhistas dos professores e professoras. Atualmente 888 docentes das Ueba têm seus direitos à promoção, progressão e alteração de regime de trabalho negados pelo governo estadual”, afirmou Ferreira. Os professores denunciaram ainda o arrocho salarial a que são submetidos. “Estamos há três anos sem o pagamento da recomposição das perdas da inflação. Já perdemos mais de 20% de nosso salário. É o maior arrocho dos últimos 20 anos para os servidores públicos baianos”, finalizou o dirigente da ADUNEB. 

 Fórum das ADs denunciou o descaso do governo estadual com a educação pública superior

Fonte: Ascom Aduneb