Docentes endossam nas ruas a luta em defesa da democracia

Montagem com fotos feitas pelas ascoms das Associações Docentes Baianas

Milhões de pessoas saíram às ruas em pelo menos 50 cidades brasileiras, na quinta-feira (11), no Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro. Na Bahia, as manifestações aconteceram em cerca de 10 cidades. O Fórum das ADs conclamou docentes de toda Bahia a aderirem às manifestações, para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas, conforme consigna aprovada no 40º Congresso do Sindicato Nacional. Em resposta, professores (as) e seções sindicais construíram atos, em unidade, nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Itabuna.
Um dos principais marcos do dia de luta foi a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, nas diversas manifestações. O documento foi inspirado na Carta aos Brasileiros, de agosto de 1977, que teve grande importância no enfrentamento do regime de exceção, e já recebeu mais de 1 milhão assinaturas, dentre elas a do ANDES-SN. A carta foi elaborada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde ocorreu o ato oficial de leitura.
“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, afirma a carta. O documento acrescenta ainda que “no Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa, necessariamente, pelo respeito ao resultado das eleições”.
Leia a carta na íntegra.
Além da carta, foi lançado também um “Manifesto da Classe Trabalhadora” produzido pela CSP-CONLUTAS e pela Intersindical reforçando o posicionamento contrário às ameaças golpistas do presidente e por eleições livres. Leia o manifesto.
Outro eixo de denúncia dos atos foi o quadro de pobreza e fome que avança no país com o desemprego e a violência. Um levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgado este ano, mostra que a continuidade do desmonte de políticas públicas, o aumento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornou a insegurança alimentar ainda mais presente entre as famílias brasileiras. Conforme a pesquisa, o número de domicílios com pessoas passando fome saltou de 19,1 milhões, em 2020, para 33,1 milhões, no ano de 2021.
Alexandre Galvão, coordenador do Fórum das ADs reforçou a importância de seguir a luta com mobilização nas ruas. “Permitir que Bolsonaro tumultue o processo eleitoral por medo de derrota nas urnas e da possibilidade de ser preso por conta das denúncias que envolvem o seu mandato é um grande prejuízo à história. Retrocessos autoritários não podem ser tolerados. Estamos empenhados em, junto com o povo brasileiro, derrotar Bolsonaro nas urnas e nas ruas. O dia 11 de agosto foi mais um passo importante nessa tarefa e temos que continuar. É importante que o movimento social acumule o indicativo de uma nova data sobre a pauta nacional para o mês de setembro”, destacou o dirigente.