Fórum das ADs questiona alterações no Planserv

Reunião sobre o Planserv. Fotografia: Ascom Fórum das ADs

O Fórum das ADs se reuniu na última segunda-feira (11) com Cristina Cardoso, Coordenadora Geral do Planserv, e o Superintende de Recursos Humanos do governo, Adriano Tambone. Os docentes pediram esclarecimentos sobre a recente licitação para contratar uma empresa privada na gestão do plano e a consequente ameaça de terceirização.

Diante dos questionamentos do Fórum, a coordenadora do Planserv justificou a medida pelo aumento abrupto nos números de atendimento das prestadoras de serviço, o que levantou suspeita de desvio e um ‘excesso de consultas’. Segundo Cristina, isso demandou a contratação de uma empresa para aprimoramento da gestão do plano. Apesar de apresentar a justificativa, não foram apresentados os dados numéricos que comprovassem mais detalhadamente as disparidades.

Alerta às restrições

Os docentes alertaram sobre as restrições geradas pela medida. Desde o ano de 2015, os usuários do Planserv enfrentam sucessivas limitações no atendimento, na realização de exames e acesso às consultas. Além disso, no último período, aumentou o valor descontado pelo serviço na folha de pagamento de muitos professores. As ADs destacaram que essa medida sem o reajuste salarial há mais de dois anos, precariza de forma ainda mais dura o salário dos funcionários públicos.

As preocupações do Fórum se justificam pelos princípios dos argumentos apresentados. Para os docentes, as explicações têm uma lógica racionalizadora de gestão financeira que, na prática, gera restrições. “A questão é como melhorar os gastos sem restringir os direitos” defendeu André Uzêda, diretor da ADUFS e mestre em Saúde Coletiva.
No mês de fevereiro, em Feira de Santana, sem nenhum aviso prévio, o Planserv descredenciou um hospital pediátrico que atendia toda a região. Já no mês de junho, servidores associados ao Planserv tiveram restrições do acesso aos atendimentos médicos. Apenas em Salvador, o problema da limitação de consultas e exames atingiu hospitais como o Santa Izabel e o Português.

Nenhum direito a menos

O movimento docente destacou que estará, como sempre esteve, na luta contra a falta de comprometimento do governo Rui Costa também no setor da saúde. O Fórum avaliou a reunião como importante, porém ainda insuficiente para esclarecer todas as questões. Foi indicado discutir o Planserv na próxima reunião do Fórum, que ocorrerá no dia 26 de Setembro, às 14h, na ADUNEB. A proposição é avaliar o tema de forma mais cuidadosa e, em seguida, solicitar uma nova reunião com o Planserv e a Saeb.

Pauta de reivindicações 2017

Na oportunidade, as representações docentes também cobraram resposta e abertura de diálogo do Governo do Estado sobre a pauta de reivindicações dos docentes, protocolada desde 19 dezembro de 2017 pelo movimento docente. Apesar de reconhecer que desde o último mês de maio as contas do Estado tem apresentado melhoras, mais uma vez, o representante do governo, Adriano Tamboni, se recusou a abrir uma agenda de reunião sobre a retirada de direitos e a crise financeira das universidades estaduais baianas.

Diante do descaso do governo, o Fórum segue na construção do indicativo de greve. A indignação da categoria fez com que docentes na Uesb e Uesc aprovassem em assembleia o indicativo de greve. Na Uefs e Uneb a pauta está em discussão. Leia mais sobre o indicativo de greve